Você é feliz?
Amor Sagrado e Profano, Ticiano (1490-1576)
Desde a antiguidade se discute a felicidade, como ela estaria presente na vida das pessoas e como obtê-la. Filósofos muito discutiram sobre ela, mas hoje no geral as pessoas buscam felicidade como forma de consumismo. Quem pode ter mais dinheiro é mais feliz, quem pode comprar mais terá uma "melhor felicidade". Mas é isso mesmo?
Os filósofos Mário Sérgio Cortella e Márcia Tiburi dialogaram sobre a felicidade de forma ímpar e muito satisfatória. Assistam o vídeo:
Felicidade é comparada com poder. Poder de consumo, poder sobre pessoas, poder sobre tudo. Inclusive sobre a própria felicidade. É uma analogia que tende a afastar o real sentido do estado, pois se pensarmos a felicidade como forma perene não teríamos o prazer que o momento proporciona. A analogia é semelhante ao conflito, só percebemos a paz porque ele existe ou existiu.
Sêneca, no livro De vita beata (Da vida feliz), faz uma série de reflexões sobre a felicidade, uma delas é direcionada ao seu irmão Gálio.
Da vida feliz- Sêneca I
Meu caro irmão Gálio: todos querem viver felizes mas não têm a capacidade de ver perfeitamente o que torna a vida feliz. Realmente não é fácil atingir a felicidade, porque, se alguém desviado do reto caminho se precipita para alcançá-la, fica sempre mais afastado da felicidade. Correndo em sentido contrário, a nossa própria pressa torna-se causa de um contínuo distanciamento.
Esse trecho nos remete a dificuldade de chegarmos à felicidade, mas ela seria possível se primeiro tentássemos entender ao invés de procurá-la.
Trecho completo da citação de Sêneca