Do outro lado do arco-íris: Os festivais de música eletrônica no Brasil
No início do ano, circulou pela internet algumas fotos do Rainbow Gathering (veja o artigo da obvious); uma cultura nômade que se reúne anualmente em diversos países, em celebrações que tem como preceito o amor, a harmonia, a paz e a liberdade.
Sua semelhança com estilo de vida do movimento hippie fascinou os saudosistas dos anos 60, bem como os simpatizante do lema paz e amor.
Mas o Rainbow Gathering não é o único encontro capaz de reunir viajantes internacionais que cruzam o mundo em busca de festivais para celebrar filosofias neo hippies. Nascidos da cultura rave, os festivais de música eletrônica cresceram nos anos 90, sobretudo após a disseminação do goa trance, um estilo musical que surgiu do contato de djs com sonoridades da ilha de Goa, na Índia, produzindo faixas melódicas que se distanciavam do som industrial, tocado nas baladas européias. Nesta mesma ilha, os viajantes experimentavam festas a céu aberto que, mais tarde, levaram para Europa, juntamente com aquele novo estilo musical.
Os adeptos do estilo passaram a se organizar em festas e festivais a céu aberto, por dias e dias, e adotaram como filosofia o PLUR, que significa Paz, Amor, União e Respeito (do inglês: Peace, Love, Union, Respect). Com o crescimento destas reuniões, o PLUR se tornou uma espécie de mantra para o público dos festivais, que se multiplicavam ao redor do globo, desembarcando inclusive no Brasil, no irresistível litoral baiano, hoje terra de um dos maiores festivais de música eletrônica, o Universo Paralello.
As celebrações ocorrem em meio a natureza, sobre conceitos de sustentabilidade e preservação ambiental; também fazem parte da programação: apresentações de cultura alternativa, decoração bem carregada visualmente, com fortes apelos ao psicodélico, e claro, muita música eletrônica, propagada à máxima potência por poderosos sound systems. Tudo isto para a recepção desta incrível tribo nômade moderna.
Com uma filosofia próxima à do Rainbow Gathering, e participantes que facilmente se misturariam, poderia-se pensar que são celebrações praticamente indênticas. Contudo, a Família Arco-íris obedece preceitos muito mais fechados, e buscam inclusive se distanciar de outros festivais.
Diferentes ou não, uma coisa é certa, as imagens dos festivais brasileiros são igualmente impressionantes e belas. Confira mais algumas fotos:
© Murilo Ganesh, Sonora Satya e Rodrigo Fávera.
Fotos dos Festivais: Universo Paralello, Zuvuya, 303 Art e Aho.