100 anos que mudaram a Arquitetura
Galeria de Orleans, Paris 1829
O pensamento iluminista e a revolução industrial, montam a base da evolução tecnológica da arquitetura no final do século XIX. A engenharia estrutural explora o uso do metal em grandes construções, construções com exigências de grandes vãos e grandes alturas como pontes e estações férreas.
No início do século XX ainda sob o pensamento neoclássico arquitetos tornam-se “decoradores” destas estruturas. Engenheiros criavam os espaços e os arquitetos os decoravam. Com a nova tecnologia era possível vencer grandes vãos, sem a colocação de colunas [pilares], porém nas fachadas destes edifícios eram desenhadas colunas sem função estrutural, fazendo um simulacro da “antiga e bela arquitetura”.
Decimus Burton e Richard Turner - Casa das Palmeiras - Kew, Surrey 1844
Podemos dizer que o modernismo para a arquitetura começa quando os arquitetos resolvem fazer reflexões sobre este novo momento e entender que a arquitetura deveria acompanhar e tirar proveito das evoluções tecnológicas e trazer para arquitetura esta revolução social, econômica e política.
Bernhard Sehring, Armazém Tietz, Berlim 1899
Um dos pilares do modernismo foi o rompimento total com os conceitos antigos, as escolas passam a não estudar mais a arquitetura clássica e passam a criar estudos baseados na nova tecnologia e na industrialização. O famoso ensaio: Ornamento é Crime [1908] de Adolf Loos é uma das referências de outro pilar do modernismo, o conceito funcionalista de “forma segue a função”. Acompanhado deste conceito vem a frase denominada a Mies Van der Rohe, “o menos é mais”, que ilustra a geometrização da arquitetura é a busca da composição de um edifício baseada em sua totalidade e não em adornos isolados.
Amyas Connell - Grayswood 1932
Hugh Stubbins - Congress Hall, Berlin 1957
Oscar Niemeyer - Palácio Itamaraty - Brasília 1960
Outro pilar do modernismo é a responsabilidade social do desenho arquitetônico. No urbanismo o acelerado crescimento das cidades fez com que os bairros de baixa renda [de operários] crescessem de forma desordenada em condições insalubres e indignas. Desenvolve-se o estudo da ergonomia e cria-se o homem padrão que toda a arquitetura deva ser desenvolvida para ele de forma limpa, econômica, útil e para todos.
Frank Lloyd Wright - Robie House 1906
Rietveld - Casa Schröder - 1924
Mies Van Der Rohe - Casa Farnsworth 1951
O nome modernismo ao longo dos anos torna-se amplo, arquitetos produziam contemporaneamente aos modernos uma arquitetura que também aproveitava novas tecnologias mas sem seguir as regras do modernismo, isso fez com que (mesmo com manifestações contra o modernismo) eles fossem caracterizados como modernistas, porém categorizados como organicistas, enquanto os ditos modernistas tornam-se os funcionalistas, além disso o modernismo passou a ser entendido mais como um período histórico que um movimento, assim até arquiteturas completamente distintas dos preceitos modernistas fazem parte deste período, como o art nouveau.
O modernismo é um período que engloba distintas vertentes e o melhor nome para designar a arquitetura elaborada com os conceitos modernistas racionalistas hoje, é “Internacional Style” [estilo internacional].
Em resumo, este perído é o responsável para que as cidades passem de colonais e neoclássicas para as que conhecemos hoje.