Palavras doem como um parto, quando oprimidas pelos versos, pelas rimas, pelo ritmo... saem apertadas na imensidão dos dicionários que se ocultam na alma dos poetas... esgueiram-se pelas esquinas de seu pensamento, buscando a frase perfeita, a expressão única e absoluta do sentimento inescrutável... por fim, tal como a erupção de um vulcão extinto, explodem absolutas na imensidão da dor do parto, e se perdem, para sempre em um simples verso, tão denso que poucos haverão de compreender... e, ao nascer, fenecem... extinguem-se em si mesmas, sem revelar aos incautos leitores, seu significado verdadeiro...