Passando a boiada
Há exatamente um ano, dia 22 de abril de 2020, uma reunião ministerial realizada no Palácio do Planalto, na qual a ala fascista do presidente se aproveitou para divulgar suas "teses" radicais, inspiradas pelo "Guru" Olavo de Car(v)alho e seus comparsas americanos, Steve Bannon e Alexandr Dugin, deflagrou uma reação violenta contra o Salles, ministro do meio ambiente, por afirmar com clareza, para todos os ouvintes, que era o momento certo para "fazer passar a boiada" e desmontar todas as estruturas de proteção ambiental construídas por sucessivas gestões ambientais de Fernando Henrique Cardoso (Gustavo Krause), Luiz Inácio Lula da Silva (Marina Silva e Carlos Minc) e Dilma Rousseff (Izabella Teixeira), com seus ministros (estes sim, verdadeiros ambientalistas), como desfazendo anos de trabalho na construção de uma política de proteção de nossas maiores riquezas naturais!
Seu argumento era o de que a imprensa estava distraída com a Pandemia e não se interessaria pelas ações de desmatamento das florestas (o desmatamento e as queimadas explodiram desde o primeiro dia de desgoverno de Bolsonaro). Só que ele não imaginava que aquela reunião se tornaria pública em decorrência do depoimento de Sérgio Moro à Polícia Federal.
O ex-ministro da Justiça, que renunciara ao cargo denunciando seu chefe de usar a Polícia Federal em favor de si mesmo e de seus filhotes milicianos, acusados de desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito (em particular, Flávio Bolsonaro, nas "rachadinhas" da ALERJ), saiu do governo para tentar preservar sua imagem pública, fortemente contaminada pela participação nesse governo de extrema direita que, para humilhação de Moro, pregava a volta da Ditadura Militar, a promulgação de um novo Ato Institucional à imagem do famigerado AI-5, o fechamento do Congresso Nacional (a Casa do Povo que o elegeu), e do Supremo Tribunal Federal (baluarte da defesa da Constituição Federal de 1988), a conversão de todos os brasileiros às doutrinas fascistas e fanáticas dos Evangélicos Pentecostais (dos quais, suas lideranças, bispos e pastores, enriqueceram ilicitamente,com os dízimos de seu "rebanho de cordeiros" e com a isenção fiscal às suas "igrejas"), e a distribuição de armas a toda a população para (PASMEM!) "defender a democracia"!.
Como o "clã" bolsonarista está perdendo o fôlego para as eleições de 2022 devido à irresponsável atuação do presidente diante da Pandemia do Corona Vírus, em seus "pronunciamentos públicos" pregando o uso da CLOROQUINA, e a derrapada de Bolsonaro em seu discurso mentiroso diante do mundo civilizado na Cúpula das Mudanças Climáticas, nas questões ambientais, o antiministro Salles volta a ficar em evidência por seus atos criminosos contra a atuação do IBAMA no combate ao desmatamento da Amazônia, a sua predileção por defender madeireiros e latifundiários começa a assustar a tropa de choque do bolsonarismo para 2022.
Como se não bastassem as trapalhadas desse ministério exótico e folclórico, o maior inimigo do líder fascista é ele mesmo. Em todos os flancos, seu exército de fanáticos começa a estremecer, mostrando as rachaduras das mentiras e grosserias que ele vomita contra a imprensa, os intelectuais, os cientistas e todos aqueles que não compactuam com suas bravatas.
Agora, para piorar as coisas (para ele), o STF deu mais um motivo de pânico ao declarar a suspeição de Moro nos julgamentos de Lula. Todos os processos contra o ex-presidente foram retirados de Curitiba e voltarão para Brasília, e as "provas" contra Lula serão anuladas, voltando, os processos, à estaca zero. LULA estará, novamente, elegível para qualquer cargo público, inclusive a Presidência do Brasil. A continuar assim, as chances do bolsonarismo extremista para 2022 serão mínimas, dando espaço para que outra candidatura de direita moderada (vulgo Centrão) possa ser confrontada ao inevitável e imbatível super candidato Lula!
Fotos: João Carlos Figueiredo - Retirada de invasores da Terra Indígena Marãiwatsédé, etnia Xavante, localizada em Mato Grosso. Essa população indígena foi expulsa de sua terra e permaneceu em outros territórios indígenas Xavante até 2003, quando, finalmente, seu território ancestral foi demarcado durante o Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2013, dez anos depois, a terra Marãiwatsédé estava totalmente invadida por fazendeiros, com mais de 100.000 (cem mil) cabeças de gado dentro de seu território. Eram milhares de invasores, apoiados por prefeitos, delegados federais, procuradores da República, juízes de direito... a força-tarefa que expulsou os invasores era composta da Polícia Federal, Exército, FUNAI (quando ainda era indigenista), IBAMA, INCRA, Força Nacional, dentre outras instituições ainda não descaracterizadas pelo #BOSTOSSAURO, que, na época, já assediava as mulheres, os negros, os indígenas, os quilombolas, os ribeirinhos, pregando a Ditadura Militar no Congresso Nacional, diante das câmeras e diante do bando de fanáticos fascistas que terminaram por eleger esse nazifascista...
(Leiam meu artigo: Uma análise sob o enfoque da Sustentabilidade: http://lounge.obviousmag.org/artefacto_artefoto/2019/04/uma-analise-sob-o-enfoque-da-sustentabilidade.html)