Neste mundo é mais rico, o que mais rapa/ Quem mais limpo se faz, tem mais carepa/ Com sua língua ao nobre o vil decepa/ O Velhaco maior sempre tem capa/Mostra o patife da nobreza o mapa/ Quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa/ Quem menos falar pode, mais increpa/ Quem dinheiro tiver, pode ser Papa/ A flor baixa se inculca por Tulipa/ Bengala hoje na mão, ontem garlopa/ Mais isento se mostra, o que mais chupa/ Para a tropa do trapo vazio a tripa/ E mais não digo, porque a Musa topa/ Em apa, epa, ipa, opa, upa. (Gregório de Matos/1636-1696)