A grande beleza
Onde está a beleza? Essa pergunta é feita pelo protagonista do filme, escritor cujo primeiro e único romance, “Aparelho Humano”, teve muito sucesso no passado.
Levando uma vida boêmia, de aventuras amorosas e relações efêmeras, Jap Gambardella busca uma beleza indescritível, a fim de voltar a escrever.
O filme abusa da imagem como ferramenta de conquista, apesar de um certo minimalismo notado no roteiro, o enredo se encaixa dizendo o suficiente.
A arte contemporânea sofre genérica crítica em uma passagem do filme em que uma menina é forçada a “pintar” uma tela, com várias latas de tintas a sua disposição.
Ela o faz sofrendo e expressando seu ódio, esse processo parece constituir o valor do resultado, isto é, da obra.
Encontrar beleza na arte contemporânea é um desafio bastante individualizado, não sou estudioso do tema, falo de minhas impressões.
Me parece que a arte moderna (ou clássica) oferece uma beleza mais coletivamente detectável, um encanto mais saudavelmente homogêneo.
Sabrina Ferilli interpreta Ramona
Voltando, não posso deixar de mencionar dois elementos fundamentais sobre o filme:
- Roma é mostrada em toda sua exuberância, desde lugares conhecidos como o Coliseu (visto da sacada da casa do protagonista), até interiores de castelos com esculturas incríveis.
Toni Servillo interpreta Jep Gambardella
- A trilha sonora não é a cereja do bolo, é o recheio dele, de um bom gosto ímpar.
Mesmo para quem prefere filmes mais lineares ou menos poéticos, vale a pena apenas pela sensibilidade da trilha.
Diria que dentre as várias essa é a “grande beleza” do longa, abaixo um breve exemplo.