A Outra Face de Pagu
"Musa trágica da Revolução", no dizer de Carlos Drummond de Andrade, Patrícia Galvão, mais conhecida como Pagu, com certeza marcou sua geração, não só como a "musa" do Movimento Modernista, mas como importante militante comunista - foi a primeira mulher presa no Brasil por motivações políticas. Entretanto, dentre as suas várias facetas, há uma que pouco ficou gravada na memória coletiva: a de desenhista. Pagu não desenhava apenas croquis e ilustrações, mas por um curto período, também se arriscou com as tiras. Logo após a união com o também modernista Oswald de Andrade, lançaram juntos o jornal de cunho político ''O Homem do Povo'', contendo ácidas críticas à sociedade burguesa brasileira - que contou inclusive com a participação de Astrogildo Pereira. Neste jornal, ela mantinha uma coluna, "A Mulher do Povo", em que publicava não só seus textos, mas também suas ilustrações e tirinhas. Embora, não tenha-se registro ostensivo de seus desenhos e tiras, fica aqui uma amostragem da ousadia, bom-humor e perspicácia da autora através de seus traços.