Explodir de raiva, esmurrar a porta e chutar o balde
Tem dias em que a barra pesa, explodo de raiva, esmurro a porta e chuto o balde – não necessariamente nessa ordem. E sei que isso também acontece com você, com Fulano, Sicrano e Beltrano. Todo mundo sofre. Dores nas juntas, falta de disposição, problemas emocionais, crises financeiras, desilusões amorosas... O motivo é indiferente. A dor é a única constante.
Depois da explosão vem a ressaca. É nesse ponto que temos a tarefa de moldar a massa indigesta de raiva, de ânsia e de angústia. No meu caso, o produto é caótico: escrevo, escrevo e escrevo. Algumas pessoas tem a incrível capacidade de esquecer. Sim, apagar da cabeça qualquer evidência de sofrimento. Bola pra frente. Outros relaxam, viajam, aceitam convites para festas, bebem para rebater a tristeza. E tem aqueles que nunca explodem.
Suspeito de quem está sempre disposto, essas pessoas que nunca se zangam por nada e vivem com um sorriso estampado no rosto. “Perfeitamente normal”, alguém retruca. Não sei. Alguns males simplesmente não tem cura. Não dá para bancar o super-homem o tempo todo.
O que você vai fazer com os seus problemas? Você pode escondê-los, varrendo para debaixo do tapete imaginário que temos em um dos cômodos do cérebro. Isso funciona muito bem no começo, mas depois incomoda, como aquele guarda-roupa que está tão cheio de coisas que a porta já não fecha. Ou você pode encará-los de frente. Fazem parte de você e só surgiram por que você existe.
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