O trio parada dura de Chicago
Muitos dirão que o vocal é importantíssimo e imprescindível para o rock.
Se pensarmos em bandas como Queen e Led Zeppelin, sem dúvida, é difícil imaginá-las sem seus respectivos Freddie Mercury e Robert Plant. Porém, muitas vezes somente a trama que se desenrola entre os instrumentos é o suficiente para se fazer boa música. Afinal, o próprio Zeppelin já fez grandes achados instrumentais como "Moby Dick" e "Bonzo's Montreux".
Russian Circles é um trio de Chicago formado por Mike Sullivan (guitarra), Brian Cook (baixo) e Dave Turncrantz (bateria) que aposta somente na potência de seus instrumentos. O álbum "Station", lançado em 2008, é um belo selecionado de verdadeiras pérolas instrumentais.
Leveza, peso, técnica, porrada, derretimento cerebral.
"Station" é rock metalizado de primeira, coisa fina mesmo, que fará os fãs da clássica "Orion", do clássico álbum "Master of Puppets" do Metallica, viajarem nos riffs destruidores e repentinos desse trio que bem poderia ser classificado como "parada dura".
Tal como um certo "The Dark Side Of The Moon", de uma certa banda chamada Pink Floyd, é uma sequência que deve ser ouvida ordenadamente, sem skips forward ou coisas do gênero. Uma faixa progressiva é a preparação para o terreno árido e pesado da outra.
Destaque para cinquenta porcento das seis ótimas faixas: "Harper Lewis" e seu baixo inicial poderoso, que nos obriga a seguir seu ritmo com a cabeça. Esse mesmo baixo potente se une às guitarra e bateria pesadamente intensas na faixa-título. E "Youngblood" é daquelas que possuem começo levemente progressivo para penetrar na mente com um final dilacerante e arrebatador.
Russian Circles e seu "Station" são a prova de que muitas vezes o silêncio vocal pode ser o mais ensurdecedor dos mecanismos musicais.