Vincent Van Gogh realmente cometeu suicídio?
Sempre se acreditou que Vincent Van Gogh havia se suicidado. Tal teoria nunca levantou muitas suspeitas, já que ele possuía uma personalidade complicada e imprevisível. Alguns chegaram a dizer que o temperamento de Vincent era “rebelde e vulcânico” e que ele era um inimigo de si mesmo. Juntando-se a isso a solidão e a tristeza por não conseguir alcançar o reconhecimento que tanto almejava, até conseguimos compreender a drástica atitude do pintor holandês.
Talvez as coisas não tenham ocorrido dessa forma.
A mais recente biografia do artista, produzida por Steven Naifeh e Gregory White Smith, refuta o suicídio com argumentos verossímeis e nos deixa ainda mais intrigados.
Vou expor aqui toda a análise feita pelos escritores, que fizeram uma enorme pesquisa antes de afirmarem que Vincent não se matou!
Noite Estrelada Sobre o Ródano, 1888
O que se sabe sobre a morte de Vincent, aos 37 anos de idade?
Vincent almoçou na estalagem em que estava hospedado e saiu para pintar com o seu material. Retornou à noite, com um ferimento de arma de fogo no abdômen superior e morreu 30 horas depois. A bala ficou alojada perto da coluna vertebral. O revólver era de pequeno calibre e o projétil entrou por um ângulo obliquo, sem sinais de ter sido à queima roupa. Tanto a arma como os equipamentos de Vincent jamais foram encontrados.
Vamos aprofundar o contexto desta situação.
Barcos de Pesca na Praia, 1888
Na época, Vincent considerava o garoto Gaston Secrétan como um de seus poucos amigos, afinal ele também se interessava por pintura. Os dois mantinham, pelo o que se sabe, conversas agradáveis.
Gaston tinha um irmão chamado René, que era um bandidinho. Ele era o líder de um grupo desordeiro que gostava de caçar esquilos, praticar tiro ao alvo e pregar peças em pessoas suscetíveis.
O tal René andava para cima e para baixo vestindo uma completa roupa de caubói, inclusive com uma pistola calibre 38, que ele conseguiu através do dono da estalagem, Gustave Ravoux. Ele gostava de brincar que era o lendário Buffalo Bill.
Um dos alvos preferidos de suas malandragens era o coitado do Vincent. Sal no café, cobra na caixa de tinta e pimenta no pincel foram algumas das peças que René pregou no holandês.
O estranho é que Vincent não se ofendia e não considerava René um inimigo, mas, sempre que possível, evitava o contato.
De acordo com duas testemunhas, Vincent não recebeu o tiro nos trigais perto de um cemitério, como se acreditava, mas na chamada Vila Chaponval, a uns 800 metros da estalagem, em um beco. Exatamente um local que René frequentava bastante.
Será que os dois se encontraram por acaso e houve algum desentendimento?
Será que quando René o provocou, Vincent teve uma de suas explosões de raiva e resolveu tirar satisfações? Aí o encontro de um adolescente endiabrado com um pintor de gênio complicado poderia acabar de qualquer jeito, ainda mais com uma arma em disputa.
Almond Branches in Bloom, 1890
Resumindo o que fala contra o suicídio:
- Desaparecimento das provas.
- Tiro no corpo e não na cabeça.
- Sem bilhetes, sem sinais de despedida no quarto. Declarações dele de que o suicídio é um ato covarde e desonesto.
- Seu diálogo com um dos policiais que o ajudou: “você queria se matar?” “creio que sim, não acusem ninguém”. Estranho, não?
- Alguns dias antes Vincent havia feito uma grande encomenda de materiais.
Todas essas situações levantadas por Naifeh e Smith nos fazem pensar. No final das contas, parece que resolver esse mistério é algo que beira o impossível. Vai ser questão de opinião. Para mim, ele teve uma briga com René e a arma acabou disparando.
E o que vocês acham que aconteceu?