Lápis Vs Câmera : Realidade e desenho misturados na imaginação de Ben Heine
Digo por experiência própria, já que sou desenhista-amador (aquele que ama desenhar mas não ganha o pão com isso) e nem mesmo as folhas de caderno ficam incólumes na minha presença.
Ben Heine - que você já pode ter visto anteriormente neste artigo da Diana Guerra, mas que agora ofereço com um outro olhar - e é este tipo de artista, uma auto-proclamada deidade das artes que apresento hoje aos meus estimados leitores, com seu trabalho único e ímpar. Errr….não creio que seja exatamente único, pois quantos outros artistas não tiveram ou fizeram realidade da mesma ideia? Contudo, Heine me lembra que não importa se há outros que fazem a mesma coisa que a gente, o importante somos nós e o nosso trabalho, pois como só existem um Beethoven, um Rafael, um Tim Burton, um Ayrton Senna e um Karlos Junior, só existe um único Ben Heine fazendo as mirabolantes coisas que ele faz.
Heine nasceu há cerca de 30 anos na Costa do Marfim ( o que não quer dizer muito já que ninguém escolhe onde vai nascer ) mudando-se depois para Bruxelas, na Bélgica, onde vive atualmente. Estudando artes gráficas durante a vida, Heine além de ter se tornado um excelente desenhista, também aprendeu escultura, tornou-se fotógrafo, pintor, ilustrador e graduou-se em jornalismo. Um verdadeiro polimata! E eu me achando foda só porque sou desenhista, músico, poeta, jornalista e blogueiro, além de ser canhoto desde criança.
Ben Heine, porém, foi agraciado por um bom momento de inspiração, se é que podemos dizer algo assim, pois ao escrever uma carta, provavelmente com algum desenho ilustrativo, reparou uma certa justaposição entre o papel e o mundo à sua volta e se estivesse nu em uma banheira seria capaz de sair por aí gritando “Eureka“. Com uma ideia simples e mirabolante na cabeça e uma mão ávida a coçar, Heine começou a fotografar o mundo, a natureza e os seres por aí resolvendo combinar desenhos com essas fotos fazendo um mix legal, tipo um mashup entre realidade e arte. Não sei se ele estava ouvindo Take on Me do A-ha, mas que o resultado ficou supimpa, ficou! Heine fez mais algumas dezenas dessas fotos e foi misturando seus desenhos em sequências criativas, cômicas e inusitadas. A ideia deu tão certo que o artista criou a partir daí a série “Pencil Vs Camera“, ou Lápis versus Câmera em bom português padão brasileiro ABNT2.
Para o produto final de sua arte, Heine intercala o processo tradicional e algumas intervenções digitais (leia-se Photoshop) com a intenção certamente de dar uns retoques e tratar a imagem, para que a mesma apresente um contraste legal entre o desenho e a fotografia. É fantástico, e já estou com lápis, papel, tesoura, cola e máquina digital para me aventurar também nesta vertente artística.
Fiquem a seguir com algumas imagens de Lápis Versus Câmera.