Sobre a folga
Cedo
aprendi
a ser refém de
minha disciplina.
Enquanto contava
a idade ainda com os
dedos de uma mão,
já sabia calcular o
peso dos meus
segredos e o
valor de
meu silêncio.
Hoje aprendo que a
obrigação de interpretar
normalidade de fato morreu,
que não preciso controlar
minha vida com rigidez,
mesmo que esta
realidade signifique
distância dos que eu
ainda preciso proteger,
mesmo que deva aceitar
o isolamento e rejeição
dos que ainda nutrem
o egocentrismo da
própria infância,
enquanto vivi
toda uma vida
sem jamais
ter podido
usufruir da
normalidade
de ser criança.
aprendi
a ser refém de
minha disciplina.
Enquanto contava
a idade ainda com os
dedos de uma mão,
já sabia calcular o
peso dos meus
segredos e o
valor de
meu silêncio.
Hoje aprendo que a
obrigação de interpretar
normalidade de fato morreu,
que não preciso controlar
minha vida com rigidez,
mesmo que esta
realidade signifique
distância dos que eu
ainda preciso proteger,
mesmo que deva aceitar
o isolamento e rejeição
dos que ainda nutrem
o egocentrismo da
própria infância,
enquanto vivi
toda uma vida
sem jamais
ter podido
usufruir da
normalidade
de ser criança.