Nudez e natureza juntas e misturadas
Segundo o conceituado astrônomo Carl Sagan, somos feitos de material estelar, assim como toda a matéria que nos cerca. Pouco antes da declaração do cientista, a fotógrafa Karin Rosenthal procurava mostrar em fotografias a mágica conexão que há entre corpos e a paisagem, revelando encantadores ensaios de nu artístico.
Seus primeiros trabalhos sobre nus em séries de águas foram feitos em 1975. Em 1978 recebeu uma bolsa de estudo da faculdade de artes Wellesley College para fotografar na Grécia, onde teve sua sensibilidade fotográfica aflorada, principalmente com a experiência de ver o efeito da luz do sol correndo sobre as montanhas e iluminando as mansas águas correntes.
Logo depois de fotografar nos cenários gregos, sem perder a essência conceitual de seu projeto, fotografou em Cape Cod, no extremo leste do estado de Massachusetts, onde expandiu suas configurações visuais, acrescentando bosques, dunas e explorando as possibilidades visuais que o reflexo da luz forma sobre as águas.
Com técnicas que vão do infra-vermelho ao preto e branco, a fotógrafa criou imagens surrealistas que nos fazem confundir a própria realidade do cenário. A autora diz que sua intenção é construir composições ambíguas e paradoxais, que evoquem sensações psicológicas do consciente e do inconsciente. O que vemos são corpos em tonalidades de difícil distinção quanto a etnia, com texturas próximas das pedras e demais itens ao redor, mostrando delicada intimidade entre nós e a natureza.
Em seus ensaios há uma busca em expor a espécie humana coexistindo em forma anfíbia, dialogando com as águas, pedras, luz e outros elementos. Para ela, alcançar esses enigmas visuais é cumprir seu objetivo.
Karin expôs em várias galerias dos Estados Unidos e Europa, tendo várias fotografias em coleções permanentes, incluindo o Boston MFA, Brooklyn Museum, Biblioteca Pública de Boston, Centro Internacional de Fotografia e Museus de arte de Santa Bárbara.
Atualmante, Karin Rosenthal vive em Watertown, MA.