Tinha que ser o Chaves?
Um mestre se foi. Roberto Gómez Bolaños, nascido em 1929, foi pai para todos os personagens que criou e educador para todas as idades que o assistiram (e assistem).
Um gênio que construiu perfeitamente cada personagem (claro, com a ajuda de todo o elenco), procurando fazer com que cada um fosse marcante, mesmo de forma simples e pontual.
Cada um de nós deve gratidão a Bolaños.
Falo por mim: só sei o que é uma "epístola" (é uma carabina, só que menorzinha) por causa do Chaves; aprendi que "as pessoas boas devem amar seus inimigos"; aprendi que o inglês é mais fácil do que a gente pensa; aprendi que dividir o pouco que temos com nossos amigos é muito melhor do que ser egoísta; aprendi que a gente nem precisa de muito pra dar boas risadas e fazer grandes amizades; aprendi que o drama das crianças de rua é muito sério e que precisamos ajudá-las. Aprendi, também, que super-herói é aquele que, mesmo com medo, enfrenta seus desafios e que o feito mais admirável é arrancar gargalhadas de todos.
Nem tem muito o que dizer. Cada um carrega suas memórias, sua gratidão e seus momentos felizes com o Chavinho.
Aqueles momentos de ligar a TV e ver que está passando Chaves. Daí, então, ficar horas sentado no sofá rindo como se fosse a primeira vez que assistia o episódio do leite de burra, do Héctor Bonilla, da morte do Seu Madruga e todos os outros.
Ser criança (jovem ou adulto) e esperar o dia em que repetissem o episódio de Acapulco (que considero o melhor); torcer para que o Chaves não fosse acusado de ladrão; tentar saber se era o gato ou o Quico; decorar "a que parece de limão, é de groselha e tem gosto de tamarindo. A que parece de groselha, é de tamarindo com sabor de limão. E a que parece de tamarindo, é de limão com sabor de groselha"; imaginar como o Chapolin iria aparecer no episódio; rir e rir no capítulo da "Buzina Paralisadora"... e muito mais.
A poesia e a filosofia por trás de cada episódio.
As causas e as risadas.
As cenas que tanto nos fazem rir.
Um amigo.
Um mestre.
Um ídolo.
Um gênio.
"Foi um bom companheiro, amigo, irmão e um dos melhores escritores dos últimos tempos no México" Ruben Aguirre
"Obrigado por fazer tanta gente feliz e por todos os momentos maravilhosos que compartilhamos no grupo. Descanse em paz, Roberto" Maria Antonieta de Las Nieves
"Roberto, não se vá, você permanece em meu coração e nos corações de todos aqueles a quem você levou alegria. Adeus 'Chavinho', até sempre" Edgar Vivar
"Para ele, todo meu agradecimento, minha tristeza e minha dor. Somente quando se vive a realidade de uma ausência, se descobre o verdadeiro sentimento de uma amizade e um grande mestre. Que descanse em paz!!! Hoje me sinto triste por seu falecimento." Carlos Villágran
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Prometemos despedirmos-nos sem dizer "adeus" jamais... Pois haveremos de nos reunirmos.
Obrigado pelos ensinamentos, Bolaños.
Você morreu sem perder a vida.
1929 - 2014