Manias de fins de tarde
Quero mais flores no cabelo, manias de fins de tarde, um começo de dia frio embalado pelo conhaque. Porto Alegre amanheceu.
Tudo é igual, a moça bonita do prédio em frente, o cheiro de maçã que sempre vem, o chá com canela, as escadas, a espera e a vontade de não levantar.
São pessoas, prédios, mais prédios, o porteiro sem sotaque, as milhas de viagem, os mapas da cidade e um bom dia que não se sabe de quem.
A vida tem seus requintes, seus toques de dor e de beleza, a solidão de um cara que pensa encostado na parede sem querer apertar o interruptor.
Manhã de domingo, mais uma que vem vindo e que, de repente, chegou.