O cheiro no travesseiro
Uma noite, um jantar, uma sobremesa. Duas colheres e um prato. Um rosto encostado no ombro. Uma respiração. Dois corações batendo. Dois sorrisos. Covinhas. Olhos que estão felizes.
Momento a dois. O famoso " antes, agora e depois". Um edredom e quatro pernas que se enroscam. O transbordamento do contato físico significativo.
Como nos filmes. Nos encontros. Nas riquezas dos sentimentos dos encontros. O que é o escuro se estamos de mãos dadas? O que é a luz para quem enxerga nas imperfeições do outro sua beleza? É de verdade. É encaixe. É sintonia.
Estamos juntos para nos mostrarmos, sem disfarces, no tempo certo próprio de cada um, a essência do meu eu, no seu, no nosso verbo ser.
Abrir a caixa e ver os detalhes de um relacionamento, pelas linhas de um diário colorido. Um suspiro. Sinestesia. É a paz de fechar os olhos sem precisar ter medo de nada. Um pouco de cada. Degraus de uma mesma escada. Uma mesma caminhada. Contato na eternidade breve do lado a lado momentâneo. Contato no silêncio. Beijo no pescoço. Sempre queremos que dure mais um pouco.