Vejo você quando você me vê
Imagem meramente ilustrativa para chamar sua atenção a leitura do texto
O ser humano é naturalmente vouyer. Nasce e morre sendo observado. Gosta de ver e de ser visto. De ditar o que deveria ou não ser feito. Achar que faria melhor que objeto de seu julgamento. De carregar o instinto de superioridade. Muitas vezes vive-se mais pros outros que para si. Assim muitas pessoas existem e fazem parte do todo. Tem importância para o outro. Tentam achar significados e respostas em sua caótica, casual e evolutiva , ou destinada, ordenada e criacionista existência. Encontrando ou não no que acreditar, a vida passa. Da mesma forma para todos. Juntos ou sós.
De perto, todos somos iguais. Apesar das diferenças, idiossincrasias e raridades. Somos mais que nossos gostos que mudam constantemente. Somos olhares, aparências, sentimentos, localizações, ideologias, sexualidade, profissões, sonhos. Tudo faz parte do mesmo passatempo: viver, para morrer. É para isso que o que é vivo serve. Não há motivo para não observar o que não vive, o que não evolui, não adapta-se. Acredita-se que por isso que o ser humano observa. Gostar de fazer paralelos com a vida alheia. Nisto consiste o sucesso dos reality shows tão odiados como Big Brother ou de séries premiadas como Breaking Bad. Parar e assistir, analisar, comparar com a sua vida. O ser humano Reflete-se nos outros como seu espelho natural. Procuram no outro empatia para que procurem empatia nele.
Estamos todos à procura de um pouco de nós em cada um que encontramos na vida. Sejam eles personagens feitos por alguém ou pessoas do cotidiano.
Vejo você quando você me vê. Quando somos notados passamos a existir para o outro, por isso o sucesso e as contantes exposições nas redes sociais. Precisamos que nos digam quem somos, precisamos achar que o mundo inteiro está contra nós, que estamos sempre certos, nos sentir especiais, que nos aprovem no mundo para que sigamos em nosso caminho. Mas do que ser vistos e nos exibir, queremos ser observados. Só esquecemos muitas vezes de olhar para onde verdadeiramente importa: dentro de nós.