Liberdade do ser
Todos nós sabemos que o mundo mudou bastante nos últimos tempos, mesmo para os mais “novos” que acompanham os avanços tecnológicos a cada dia. A internet que une e separa as pessoas, e ultrapassa barreiras geográficas ao mesmo tempo em que impõe novas barreiras sociais. Preconceitos são renovados mesmo mudando de “cara”. Crianças são tratadas como adultos, e os adultos como crianças. O capitalismo instala a religião do consumismo e a “selva” tem uma nova lei: pode mais que tem mais dinheiro ou poder. O diálogo é ação em extinção, as pessoas parecem não sentir e não pensar.
O que houve com o mundo? O que houve com você? O que você pensa do mundo a sua volta? O que pensa de você enquanto indivíduo? E por fim, a pergunta mais importante de todas: Quem é você?
O conhecimento de si próprio é sem dúvida, o primeiro degrau da evolução humana. Um degrau ainda não superado por nós que não temos identidade e nem consciência de quem somos de fato. Respostas às perguntas como: Nação, estado, estado civil, idioma, formação acadêmica, emprego, status social, preferências quanto ao estilo musical, culinário, esportivo e literário, parecem preencher a indagação superficial do “ser” humano. Como pode ser assim, se cerca de 96,1% da nossa genética é igual a de um chimpanzé!? Sermos vivos, carnalmente, é uma condição temporária. Não somos apenas o corpo, que se recicla inteiro em alguns anos. Nem somos os átomos, afinal onde eles começam e onde eles terminam?
Então, o que nos define? Onde somos iguais e onde somos diferente? O fato é que toda essa coisa de querer ser algo igual a uns e diferente de outros não faz nenhum sentido. Reflete a insegurança, na qual precisamos nos prender a conceitos fixos e certezas para ter a sensação de pertencer a algo que nos protege e guia. Parafraseando, o homem nasce e morre sozinho, no sentido literal da frase.
E, paradoxalmente complementando o raciocínio, não somos seres individuais e nem coletivos, somo o meio termo complementar a esta ideia. “O” homem ou “O” qualquer coisa deixa todos iguais, limitados a repetir um padrão. A média nunca expressa a realidade, a definição por si só é uma versão simplificada e falsa do Universo observado. Somos todos um, interligados e caminhando no mesmo fluxo de aprendizado e evolução. Somos todos igualmente diferentes, como notas de uma melodia no universo da criação. E não seremos os mesmos amanhã, a não ser por um ataque de mediocridade, com resultados lamentáveis, é um desperdício de vida querer o mesmo de ontem todos os dias.
Que morram todas as coisas que nos prendem, nos limitam, nos dizem o que fazer por força da lei e não da consciência! Sentir e pensar resulta do exercício de uma vontade genuína de liberdade do ser.