Apneia
Sob o leve torpor do sol caminho beirando o mar. Na areia vou despindo as noites torpes que me esconderam.
Canto versos desmedidos, frases duras para fases amargas. O som consoante impregna em mim... Quisera arrancá-lo de dentro, quisera botá-lo pra fora.
Faço pose de calada, mas berro pro mundo e berro agora!
Um mergulho e não ouço mais nem silêncio, nem barulho. O oceano nada entre os meus dedos. Salgo a pele, molho tudo. Escondo os arrepios que me ferem a pele, afogo-me nas ilusões do que temo verdadeiro.
O mar apaga as minhas pegadas, o breu apaga o meu corpo inteiro.
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