Realidades outras de Victo Ngai
Ilustrador e desenhista de storyboard, comissionada por grandes publicações como The new York Times e The New Yorker, Victo Ngai Tem uma imaginação bem interessante o que vem muito bem casado com sua técnica obsessiva e compulsiva.

Realidades Outras
Por dentro de layers e mais layers de “realidades” que se assemelham com pinturas surreais, a artista incorpora a ideia de mundos dentro de outros mundos, realidades que fazem parte de outras realidades formando um ciclo infinito de universos surreais. A própria realidade se torna extremamente surreal.
Estendendo esta ideia de que universos existem ou fazem parte de outros universos temos a noção científica de que o nosso universo, ou melhor o universo que nos é conhecido pode ser uma única bolha num oceano de infinitas bolhas.
Matéria cósmica
Partindo deste princípio que é reforçado pela ideia da continuidade universal e infinita da matéria cósmica, Victo Ngai sai deste mundo e nos coloca dentro de seus mundos enriquecidos pelos minuciosos detalhes de suas ilustrações obsessivamente detalhistas e altamente embriagantes.
Sim, a realidade é interligada, tudo pode ou deve estar relacionado. Tudo aquilo que estiver na mesma vibração cósmica sofre um sério risco de se colidir de alguma forma, mais cedo ou mais tarde, o que significa que se eu estou agora escrevendo neste teclado, alguém (muito provavelmente lá na china) teve que levantar cedo e mesmo com todos os seus problemas ir para o trabalho, enfrentar o chefe chato e suportar outro dia de serviço fazendo teclados que seriam exportados para o Brasil e comprados em camelos ambulantes no interior de São Paulo.
Esta ideia não é nova. Na verdade, Buda já sabia disso a mais de 2500 anos atrás.
Uma cidade inundada num cenário pós apocalítico é surpreendida pela presença de um sapo com a boca aberta a qual revela um novo mundo onde sua língua oferece a passagem entre os dois mundos. Bastantes referências Freudianas e ideias filosóficas podem ser admiradas no trabalho espetacular de Victo Ngai.

Praticamente toda obra é baseada nesta ilustre ideia de mundos dentro de outros mundos enaltecendo a noção da conexão entre vários fenômenos do universo. Não bastasse a artista explorar essa ideia maravilhosa e tão presente em todo universo, sua técnica é pavorosamente detalhista.