fragilidade do ser humano de john brosio
A percepção do espectador é aguçada no trabalho de John Brosio pelo fato de seus motivos para suas pinturas serem peculiares. Ao mesmo tempo que suas pinturas são provocativas elas também despertam a curiosidade daquele que vê.
Criaturas gigantes tomam conta das moradias dos terráqueos, mas sem sinais de total destruição ou de uma guerra astronômica contra os humanos. As pinturas de John Brosio incitam um desequilíbrio entre nosso mundo e um mundo fictício.
Sua predileção para tornados e desastres climáticos também é notória. A formação de um tornado é visualmente grandiosa e John Brosio faz este contraste entre homem e natureza bem explícito.
Seus personagens sempre estão posando em frente de um desastre climático como se estivessem posando em frente de algo comum numa selfie que você tira despretensiosamente no parque num Domingo de manhã.
Na série ‘Critters’ suas criaturas são pintadas fumando cigarro, um vício horrível do ser humano. As criaturas são normalmente cobras venenosas, peixes das profundezas do oceano, alguns dilacerados outros com um comportamento duvidoso.
Sua maneira de encarar o mundo coloca os produtos da sociedade em perigo, mostrando a fragilidade que engloba toda essa máquina que passamos a chamar de sociedade. O interessante é que o artista á a entender que algo horrível está prestes a acontecer, mas não pinta esse fato necessariamente, ele simplesmente dá pistas concretas de uma destruição iminente.
Eu gostei muito da escolha de seus motivos e de seus conceitos para pintar. Normalmente pensamos que tudo a nossa volta está, de alguma maneira, seguro por forças invisíveis, mas a natureza é infinitamente mais poderosa que nossas construções de pedra e areia e tudo o que estamos vendo pode simplesmente desaparecer em poucos minutos o que intensifica ainda mais a ideia de transitoriedade de tudo e de todos assim como da real fragilidade de nossas vidas.