não quero um namorado
Eu não quero namorado. Não quero! Não quero status atualizado, aliança, almoço com família, fotos de casal, discussões por curtidas e peso na minha caminhada. Quero uma pessoa que eu diga: vamos? E ela não hesite em dizer: VAMOS.
Quero alguém pra dividir o lanche, a conta, alguns dias, algumas noites e alguns sonhos. Quero a liberdade do querer e o privilégio do recusar. Alguém que ria dos mesmas piadas. Defenda as mesmas ideias. Discuta sobre as mesmas séries e não fale no meio do filme.
Quero alguém que não pense em tempo, distância e dinheiro. Alguém que durma no sofá, nos bancos da rodoviária, no colchão duro, no saguão do aeroporto (e não fique reclamando).
Alguém que aceite dormir até o meio-dia. Alguém que esteja disponível para uma trilha no domingo de manhã. Alguém que dance até o metrô abrir. Alguém que assista um clássico trash no sábado a noite. Alguém que chore junto num romance piegas. Alguém que fique indignado durante uma votação suspeita.
Tem que gostar de animais. Árvores. Mar. Céu. Não pode ter medo! Tem que ter coragem... estar disposto a se jogar de cara, corpo e alma. Bom humor. Respeito. Empatia. Inteligência e aquela malemolência sacana são fundamentais.
Não quero namorado!
Quero alguém que seja o par no karaokê pra cantar EVIDÊNCIAS. O parceiro da sinuca. O companheiro na partida. O ouvinte de todos meus áudios infinitos. O cara da luta!
Tem que sacar de barulho. Sacar de silêncio.
Sacar que a gente não quer ter dono. Sacar que a gente é mais feliz tendo um parceiro. E que, se por acaso, a gente quiser tirar fotos clichês com a família na entrega de uma aliança para postar nas redes sociais e atualizar o status, será por desejo mútuo e não por necessidade.