A Fotografia constitui o vértice deste mecenato - BES photo, de Lisboa a S.Paulo
O Banco Espírito Santo e o Museu Colecção Berardo inauguram agora a 10.ª edição do BES Photo. A exposição, patente ao público até 7 de setembro, em Lisboa, reúne trabalhos inéditos de Délio Jasse (Angola), José Pedro Cortes (Portugal) e Letícia Ramos (Brasil).
O júri encarregado das nomeações foi composto por Jacopo Crivelli Visconti (Brasil), crítico e curador independente, por João Fernandes (Portugal), subdiretor do Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madrid, e por Bisi Silva, curadora e fundadora/diretora do Centro de Arte Contemporânea de Lagos, CCA Lagos (Nigéria). Um júri que foi incumbido de promover jovens artistas de língua portuguesa oriundos de Portugal, Brasil, e dos PALOP's (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa)e que é bem representativo deste triângulo geográfico.
Neste momento, em Portugal, é este o mais importante prémio de arte contemporânea. Quando se internacionalizou, em 2011, a exposição passou a ser itinerante, de Lisboa (no Museu Berardo) para S. Paulo (no Instituto Tomie Ohtake). A ambição da iniciativa consiste em se transformar no maior prémio de arte contemporânea do Atlântico Sul.
Em Lisboa, os artistas seleccionados apresentam os seus trabalhos no Museu Colecção Berardo, situado no Centro Cultural de Belém, numa exposição já a decorrer e patente até 7 de setembro de 2014; viajará depois para o Instituto Tomie Ohtake, em S.Paulo, onde ficará entre outubro de 2014 e janeiro de 2015.
O vencedor do BES Photo 2014 será conhecido a 2 de julho. A decisão estará a cargo do Júri de Premiação composto por Elvira Dyangani Ose, curadora de arte internacional da Tate Modern de Londres, por Luis Weinstein, fotógrafo e organizador do Festival Internacional de Fotografia de Valparaíso, e por María Inés Rodríguez, diretora do CAPC, Musée d’Art Contemporain de Bordeaux. Cada artista seleccionado recebeu uma bolsa para a realização do seu projecto. O valor do prémio é de 40.000 €.
Délio Jasse, de Angola, apresenta uma série de 9 imagens a preto e branco, chamada “Ausência Permanente”, que foram criadas através do processo analógico. A série é apresentada como instalação no chão, cujos elementos centrais são a água e a luz. Aqui, algumas das obras da sua autoria:
José Pedro Cortes, fotógrafo português, chamou ao seu trabalho "Um Eclipse Distante". O conjunto de imagens, inéditas, reporta-se à relação entre fotógrafo e modelo. O corpo aparece como tema central desta mostra, num cenário da arquitectura do sul, frágil e cheio de luz. Em baixo, duas amostras do seu trabalho:
Leticia Ramos, do Brasil, expõe o seu trabalho denominado "Nós sempre teremos Marte". São fotografias, produzidas a partir de processo de microfilmagem, assim como de uma curta-metragem de 35mm, "VOSTOK". O filme, realizado a partir de miniaturas, mostra a trajectória de um microsubmarino à deriva nas profundezes de um lago pré-histórico submerso no gelo Antárctico, isto é, trata-se de uma construção de uma paisagem ficcional para a câmara, de modo a conseguir recriar um imaginário associado à ciência. Este projecto é formado por um conjunto de trabalhos que são uma espécie de homenagem a esses cientistas e às imagens divulgadoras da ciência para o grande público. Seguem-se alguns trabalhos seus:
Desta maneira, assistimos ao milagre, pela Fotografia, do estreitamento do Oceano Atlântico nos sempre interessantes e encorajadores intercâmbios culturais entre estes países irmãos (ou primos), englobando, deseja-se, a totalidade da comunidade lusófona e a sua revelação no panorama artístico mundial.
(Instituto Tomie Ohtake, S,Paulo, Brasil)
Obs.: artigo em desacordo com o acordo ortográfico.