Museu da Comida Queimada: quando o erro torna-se uma obra de arte
O preparo de qualquer refeição contém certa dose de afeto. Está na lágrima premeditada do corte da cebola, no sussurro da água que ferve, na crueza da massa do bolo, na língua ferida pelo calor da prova. No entanto, a predisposição não garante o sucesso na cozinha, pois, mesmo após tanta entrega e zelo, tudo pode dar errado. Assim como uma história de amor que não vinga.
A frustração faz o aspirante a cozinheiro perguntar-se se valeu tanta dedicação. Dos restos fixados na panela como piche e do odor que sinaliza a catástrofe, o desiludido em questão tenta salvar algo, um resto de dignidade que justifique tamanho infortúnio. Mas nem tudo está perdido.
Museu da Comida Queimada transforma cozinheiros desastrados em artistas
Foi justamente a partir de desfechos gastronômicos trágicos que Deborah Henson teve a ideia de fundar, em 1989, o Museu da Comida Queimada. A proposta, que surgiu após uma experiência nada animadora, conta com um singelo espaço - situado em Massachusetts, nos Estados Unidos - que exibe e conserva as tentativas desastrosas.
Eis alguns exemplos das obras expostas.
Título da obra: "Basta deixar em banho-maria por alguns segundos..."
Artista: Stephen Powell
Título da obra: "Batata: antes e depois"
Artista: Deborah Henson-Conant
Título: Chorizo de la verdadad
Artista: Univision Presenter
Título: “Querida, encontrei!”
Artista: Jeanne K. Diefendorf
Submitted by John M. Diefendorf