Paper (by53) e os sonhos
Se você tem um iPad e gosta de rabiscar, provavelmente já conhece o Paper, da FiftyThree. Se não, baixe esse app agora mesmo!
O Paper não é só mais um aplicativo de desenho. É um aconchegante ambiente no qual as idéias nascem. É um moleskine infinito com as canetas perfeitas e um botão de undo. É limpo, bonito e moderno. É simplesmente uma delícia pra desenhar ou anotar as coisas.
Eu tenho muitos outros apps de desenho, com uma infinidade de recursos. O Brushes tem layers e pinceladas totalmente configuráveis. O ArtSet também tem isso e um visual muito realístico de diversos materiais, como giz de cera, nanquim e óleo. O Procreate te deixa fazer qualquer coisa que sua habilidade permita.
Mas em nenhum deles é tão gostoso de rabiscar quanto no Paper. Ali não tem recurso quase algum, é só você, a folha e as canetas. Tem um zoom bem diferente do usual e o desfazer, que já citei, mas é só. Ou seja, não há outras preocupações, o foco da sua atenção é na criação.
Bom, tô comentando isso porque sempre que me perguntam onde eu desenho e eu mostro o Paper, sinto que as pessoas ficam seduzidas pela vontade de brincar com ele. Muitas delas começaram a usar o aplicativo para diversos fins, seja para tomar notas em reuniões, escrever receitas culinárias, lista de afazeres ou mesmo profissionalmente, como na arquitetura e engenharia (eu mesmo uso na concepção inicial de projetos, memórias de cálculo, agenda semanal, etc.).
Mas uma das coisas que mais gosto de fazer é de desenhar coisas que me acontecem em sonhos. Além de ser um treino legal de desenho em si, é um exercício de meditação e memória. Alguns rascunhos até viraram um quadrinho, como o "Desapego".
Esse aqui, por exemplo, é um sonho recorrente. Estou voando numa cidade vazia, provavelmente pós-apocalíptica. Ás vezes uma das lojas está aberta, aí eu entro e bato um papo com alguém. Sei lá o que significa isso, mas é mais ou menos assim:
Esse também é um sonho clássico, o da queda livre. Já faz um tempo que não sonho isso...
Esse aqui foi novidade pra mim. Nunca havia usado uma cartola e passeado pelo início do século passado...
Espero que você, rascunhólatra preguiçoso, experimente qualquer dia desses o Paper. Não sei qual será a sua experiência, mas quem sabe ele te ajude a mudar mais coisas na sua vida do que você imagina. Pelo menos é o que fez comigo.