Temos a falsa impressão de que escolhemos nosso amanhã, a próxima hora, a cor do batom ou a calça que usaremos. Agora é tarde, nossas escolhas já foram feitas e você não participou de nenhuma delas.
Nos chamam de machistas e que levantamos armas contra o feminismo. Clamam pela nova mulher que deve desprezar o machismo. Os ismos nos converteram em embalagens para estampá-los. Não somos mais homens e mulheres em toda sua complexidade e naturalidade, nos tornamos vitrines de ideologias baratas e manipuladas.
O que é ser um escritor? Existe profissão de escritor no que tange viver apenas da escrita? Pode-se apenas escrever se abstendo do resto da vida pública? Basta papel e caneta para fazer de alguém um escritor? Antes que a brisa feroz da inação da ignorância despenteie nossas ideias façamos vivê-la.
Estamos vivos, temos medo da morte, até em sua menção, então nos entupimos de químicos que nos limpem a mente dessa ideia besta de que um dia morreremos, de que sofremos, de que dormimos com lágrimas sobre o travesseiro. Pois o absurdo em si é a vida, nunca fora a morte.
A presidente Dilma Rousseff perdeu a chance única de fazer história em seu último pronunciamento no dia 08. Talvez tenha lhe faltado coragem, vontade política. Uma alma republicana mesmo. Longe de querer entrar na dualística falácia esquerda/direita o que realmente faria causa seria um discurso de integração, sincero e (loucura das loucuras) apolítico.
Dizem que os niilistas estão morrendo. Na verdade não dizem nada, pois niilistas sequer existem mais. Posso afirmar que ao menos valemos mais que o WhatsApp. Não, estamos aí.
Enquanto escrevo uma revoada de borboletas em minha mente se dispersa e vejo a tênue felicidade. Não há como aceitar tal vilania contra a ela. Tão pequena e sujeita a bolinação ordinária.
E se a tristeza e a felicidade pudessem ser quantificadas, pesadas, medidas? Que tamanho elas teriam, o quanto elas ocupariam? Seria apenas um coração capaz de suportar esse peso, ou seria necessário dividi-las com outros? Pessimistas não se afligem com estas questões.
Muitos tem agido assim, com louvor na arte da indiferença. Possuem PhD em menosprezar o outro sem proferir uma vírgula, apenas na mudez, no sorriso sem dentes, na tela vazia onde se lê apenas o “visualizado há 5 dias”. Acho que tudo poderia ser diferente se apenas uma palavra fosse posta em prática, a gentileza.