As raridades experimentais setentistas: Sweet Smoke – Darkness to Light (1973)
Em meio a guerras, festivais de música, uso de drogas alucinógenas, libertação, politização da juventude e inclusão da cultura oriental no ocidente, surge o “Darkness to Light” (1973) que é o segundo álbum de estúdio da banda americana Sweet Smoke. O álbum é recheado de influências que vão do jazz e música indiana ao rock progressivo/psicodélico.
Após o lançamento do seu primeiro álbum “Just a Poke” (1970) que contém apenas duas faixas com passagens instrumentais bem elaboradas que contam com 16 minutos cada uma e fazem uma verdadeira brincadeira com sua audição, foram colocadas separadas nos dois lados do LP. “Just a Poke” é o pontapé inicial para as experimentações sonoras da banda. Já o segundo álbum, Darkness To Light, possui seis faixas e todas possuem histórias e atmosferas diferentes. Soa mais acústico e as variações melódicas entre as músicas são o seu diferencial.
A inspiração para construção deste álbum aconteceu durante um acampamento hippie na Alemanha durante o final dos anos sessenta. A liberdade musical, busca pela espiritualização e vida em conjunto foram os pilares para a criatividade desse álbum.
A banda que possuía cinco membros Marvin Kaminovitz (guitarra solo e vocais), Andy Dershin (baixo), Michael Paris (saxofone tenor, vocais e percussão), Jay Dorfman (percussão e bateria) e Steve Rosenstein (guitarra base e vocais), ganhou mais dois no meio da sua experiência em comunidade: Rochus Kuhn (violino, violoncelo) e Jeffrey Dershin (piano, percussão e vocais) o que foi fundamental para o aumento das influências musicais do grupo.
Começando com “Just Another Empty Dream” que lembra bastante o primeiro álbum pela sua sonoridade e uma letra que basicamente fala sobre amor. Seguindo por “I’d Rather Burn Than Disappear” é uma música mais acústica, com som de flautas suaves. A terceira faixa “Kundalini” tem um tom místico e a influência indiana cria uma atmosfera pacífica à música, o jazz-indiano-psicodélico transforma a faixa numa obra prima do que se diz sobre o experimentalismo. Já “Believe Me My Friends” tem uma pegada mais folk e passeia pelo rock progressivo, que até nos lembra o velho country americano. “Show Me The Way To the War” é uma das músicas que deixa a influência de jazz da banda mais evidente, embalada pelo contexto político e a rejeição à guerra pela juventude da época. A última faixa, que dá o título ao álbum é uma boa mistura de todas as faixas anteriores que dá o total de treze minutos “Darkness To Light” une todas as influências da banda, seguindo por diferentes solos de variados instrumentos. Para ouvir na íntegra, clique aqui.
O álbum completou 41 anos este ano e para os amantes do rock psicodélico, ele é atemporal e um dos mais influentes da música. Merece ser ouvido pela sua originalidade nas composições e arranjos, marcado na história como uma das obras que nos mostra com clareza como devia ser viver naqueles tempos.