As três forças do relacionamento
Relacionamento é sempre um assunto delicado. Apesar de os seres humanos somente terem sobrevivido todos esses milhares de anos por terem aprendido a se relacionar uns com os outros e desenvolver tarefas em sociedade, ainda hoje este assunto parece não ser bem entendido e exercitado.
Olhando ao redor, o que nos distingue dos demais? O rosto, o corpo, as idéias? Talvez, mas acima de tudo os relacionamentos que criamos e mantemos, principalmente os últimos. Assim, tenho percebido a existência de três forças que norteiam um bom relacionamento nestes “tempos modernos”.
1. A força do relacionamento consigo mesmo Sejamos sinceros, relacionar com nós mesmos é uma das tarefas mais difíceis. Ao mesmo tempo em que somos agradáveis e conseguimos interagir com as pessoas, há momentos onde é difícil aturar a nós mesmos. Não adianta transferirmos o nosso jeito de ser para outra pessoa e imaginar que agindo assim será fácil lidar com nossas imperfeições. Como disse Jung:
“Para tornar-me consciente de mim mesmo, devo poder distinguir-me dos outros. Apenas onde existe essa distinção, pode aparecer um relacionamento.”Quantas vezes os meus próprios pensamentos conseguiram ser mais irritantes que ficar preso no trânsito com todas aquelas buzinas ensurdecedoras e gente impaciente nos carros ao lado. Acredite, ter paciência consigo mesmo é um trabalho de Golias. Então, tente não se levar muito a sério, apesar de que muitas vezes você se sinta assim. E mesmo que o mundo em algum momento esteja sendo uma piada sem graça, se olharmos mais friamente veremos que o sem graça somos nós que não conseguimos ver o tanto de besteiras que fazemos:
“Rirei de mim mesmo pois o homem é mais cômico quando se leva a sério demais.” – Og Mandino (livro "O Maior Vendedor do Mundo")2. A força do relacionamento com uma outra pessoa
Tem um ditado popular que diz que atrás de um grande homem sempre existe uma grande mulher. Apesar de que nem tudo o que é popular reflete uma verdade, este ditado tem o seu valor. Podemos ser pessoas melhores se estivemos com alguém que nos incentive a crescer e que com a convivência nos faça ver o outro lado de cada situação, o que na grande maioria das vezes não enxergamos sozinhos. Manifestar a força do relacionamento com uma outra pessoa é estar com alguém qual nos sintamos confortáveis para sermos como realmente somos, o que nos incentiva a não vestirmos uma máscara para o mundo ao sairmos de casa. Acredito que o mais importante é que a vivência a dois nos aproxima mais da nossa natureza humana.
Mas é claro que não podemos levar este ditado ao pé da letra e aceitar que não podemos desenvolver uma vida de sucesso sozinhos, a questão não é esta, e sim qual é o objetivo que você busca por “sucesso”. Se o que lhe faz sentir-se realizado é se sobressair perante aos outros, ou se é porque conseguiu fazer todos a sua volta crescerem junto com você. Apenas lembre-se que mesmo você impressionando os outros ou se sobressaindo sozinho, no fundo terá de suportar a si mesmo quando ninguém estará lá para ver. Pois tudo o que é feito sozinho, na realidade, só é comemorado sozinho e nem sempre isto é um motivo de alegria.
3. A força do relacionamento com o mundo desconhecido
A idéia de separação que temos do mundo a nossa volta é pautado naquele velho receio de criança, o medo do desconhecido. Tememos o que desconhecemos, nos achando pequenos demais em meio a tantas possibilidades num planeta tão grande, com tantos povos e palavras estranhas. Mas aí que está a mágica de tudo isto, você só verá que o monstro é inofensivo quando o forçar a sair do armário. Em outras palavras, se não sairmos do “pequeno mundo” que criamos não conseguiremos quebrar essa distância falsa que nos impede de sermos pessoas melhores e menos mesquinhas. Muitos dizem que a vida em si mesma não tem sentido, eu desafio isso, o sentido só existe se você se unir a vida.
Só nos tornamos o que queremos ser se ousarmos ser agora, apertando a mão do desconhecido e lhe pagando uma cerveja.