O dia em que o rock se encontrou com a música clássica
Há um período já distante poucos acreditavam que a refinada música clássica poderia combinar com o barulhento rock and roll. Em algumas de suas canções, bandas como os Beatles já conseguiam incluir instrumentos orquestrais como o violino, mas a ideia de uma banda de rock tocar ao lado de uma orquestra inteira ainda parecia inconcebível.
No entanto, com o passar os anos várias bandas conseguiram provar que a música clássica e o rock não se deparam, mas se completam.
Uma das bandas pioneiras a fazer a combinação entre seus músicos e uma orquestra completa foi a progressiva Procol Horum, em 1971. O álbum resultante do show com a Edmonton Symphony Orchestra sairia no ano seguinte, e se tornaria o álbum mais vendido da banda.
Dois anos antes, no entanto, o Deep Purple já havia ousado tocar com uma orquestra. O álbum, intitulado Concerto for Group and Orchestra, foi o primeiro da banda com o vocalista Ian Gillan e com o baixista Roger Glover.
Ao lado da Royal Philharmonic Orchestra, o Deep Purple executou grandes clássicos, além da canção que dá nome ao álbum, composta pelo brilhante tecladista Jon Lord, e que foi divida em três movimentos.
Trinta anos mais tarde, foi a vez do Metallica surpreender. Quando o show foi anunciado, muitos duvidaram que o pesado som da banda de Lars Ulrich combinaria com a refinada Orquestra Sinfônica de São Francisco, porém o resultado surpreendeu de uma forma bastante positiva.
O regente Michael Kamen e seus músicos provaram que a orquestra pode sim combinar com o metal. O show de mais de duas horas se tornou impecável, desde a abertura com a instrumental The Ecstasy of Gold até a pesada Battery, que encerra a apresentação.
No ano seguinte, 2000, foi a vez do Scorpions gravar ao lado da Berliner Philarmoniker Orchestra. No repertório, vieram as baladas clássicas da banda alemã, além de duas músicas inéditas e uma nova versão para Rock You Like a Hurricane, que recebeu o nome de Hurricane 2000.
Em 2003, o Kiss tocou ao lado da Orquestra Sinfônica de Melbourne, em um show dividido em três partes: na primeira tocou sem a orquestra, na segunda apresentou músicas acústicas apenas com parte da orquestra e na terceira, e provavelmente melhor, executou seus maiores clássicos junto à orquestra completa.
A banda de metal progressivo, Dream Theater também lançou dois discos acompanhada por uma orquestra. O primeiro foi Six Degrees of inner Turbulence, de 2002, que não foi tão bem aceito pelos fãs, e o segundo foi Octavarium, lançado em 2005, e bastante elogiado pela crítica e pelos fãs da banda norte-americana.