Muito além de Eduardo e Mônica
Na véspera do Dia dos Namorados, são muitos os casais lembrados como exemplo do verdadeiro amor. No campo musical, o mais famoso, ao menos no Brasil, provavelmente é Eduardo e Mônica, casal imortalizado na canção da Legião Urbana, lançada no segundo disco da banda de Renato Russo.
O amor dos dois já foi contado e recontado diversas vezes, mas hoje eles não serão os personagens principais deste texto. Afinal, tem muitas outras pessoas interessantes nessa história.
A primeira delas a ser citada é o polêmico diretor Jean-Luc Godard, que chegou a ter alguns filmes proibidos no Brasil. Anarquista de centrismo, Godard foi um grande revolucionário da sétima arte, inovando em angulações e temáticas.
Outro inovador citado na canção é o poeta Manuel Bandeira, um dos principais nomes do movimento modernista no Brasil. Em uma época que parecia que a complexidade parecia uma exigência para a poesia, Bandeira inovou ao escrever versos simples, de fácil compreensão e ainda assim muito belos.
A melancólica banda Bauhaus também uma das preferências de Mônica. Além de possuir um papel fundamental no movimento pós-punk, o grupo ainda é apontado com um dos percursores do movimento gótico no universo musical.
A tristeza também era um elemento essencial para a arte do pintor Vincent Van Gogh, que não teve o reconhecimento que merecia enquanto estava vivo. O fracasso acabou levando-o ao suicídio, quando estava apenas com 37 anos.
Já o ingrediente fundamental para a banda Os Mutantes parecia ser a loucura. Na época em que os primeiros álbuns psicodélicos ganhavam destaque no cenário musical, Rita Lee se uniu a Arnaldo Baptista e a Sérgio Dias e assim surgiu uma das mais importantes e malucas bandas do rock brasileiro.
E Caetano Veloso, citado logo depois de Os Mutantes em Eduardo e Mônica, acompanhou assim surgimento, assim como praticamente todos os outros momentos marcantes da música brasileira, sendo, inclusive, um dos maiores nomes do movimento da Tropicália.
Por fim, o último grande célebre que aparece na música é o brilhante poeta francês Jean-Nicolas Arthur Rimbaud, que mais tarde influenciaria grandes símbolos da contracultura, como Bob Dylan e Jim Morrison. Rimbaud morreu prematuramente, aos 37 anos, de câncer.
Em meio a tanta arte, cultura e maluquice, certamente dá para entender um dos segredos da felicidade de Eduardo e Mônica: eles tinham muito sobre o que conversar.